Páginas

sábado, 16 de outubro de 2010

(Eu e samuca em um dos penetráveis do Hélio, o Éden, admirando o lindo teto da casa França Brasil)



Não sei se toda mãe vive em conflito.
Eu sei que eu sim.

Ontem passei por um momento daqueles trevosos que dá vontade de sumir (de novo!)

levei Samuel para ver a expo Museu é o Mundo, vi ele se deliciando com as obras de um dos meus artistas favoritos, o Helio Oiticica.
Eu estava radiante. Estava feliz, num lugar que eu amo e dividindo uma paixão com o meu pequeno.
Até que ela (a birra aliada ao sono e cansaço) de repente surge e estraga tudo.
TUDO.
Samuel começa a chorar e a se jogar no chão, e depois pede colo.
Eu amorosamente digo que darei o colo quando ele parar de chorar. Pois bem, ele começou a berrar, pois queria o colo naquela hora e eu não quis ceder.
ele chorou todo o percurso até chegar em casa.
No metrô um monte de gente ofereceu lugar, achando que isso acalmaria ele.
Até que um senhor, desses bem velhinhos disse que era um absurdo uma mãe não dar colo para o filho.


VIREI BICHO.

Disse que não era falta de amor, pelo contrário. Que se eu não fizesse isso daqui a pouco ele estaria me batendo, ou até me matando, como a gente vê nos jornais.

Eu disse que é difícil, mas criança precisa de limites. Inclusive o meu Samuel.

E mesmo depois de dizer isso acompanhado de um silêncio de um metrô cheio eu me sinto culpada e errada, pois afinal de contas, o filho é meu, ninguém tem que ouvir o choro dele.
Fiquei pensando que mãe tem que ficar confinada no circuito casa-shopping-pracinha mesmo, pois o mundo ( nem nós) estamos preparados para isso.

Pois se eu tivesse confiante mesmo, mandava todo mundo a merda (desculpe, mas esse é o real termo, ok?) e seguia em frente.

Mas a dúvida me acompanhou.

Nenhum comentário: